A vida humana é tão simples, sinto-me perfeitamente em meu lugar. Uma grande vala, onde vive de tudo, e eu sou apenas um corpo sujo dentro dela. Meu lugar, lugar das pessoas que se vendem para viver, prostituem suas mentes. Parte da vida é se afogar em luxúria, a outra é chorar pelo perdão. Perdão que não significa nada a não ser para prostitutas de seu próprio ego. Eles tentaram nos alertar, desde o princípio humano. Uma existência com um poder em mão e uma má ideia em mente cria o mundo e tudo o que existe dentro dele, porém resolve dar vida e liberdade a um ser, libertando eles da prisão que é a natureza, dando eles a jaula do pensar. Limite. A pista foi dada, o mal é mau, porém o certo, o escolhido, o arti-cristo é aceito, mas o que morre por nós, o que quer fazer o bem que é bom, é morto, e é errado. Fui um anticristo, fui o antibom, o antibem, e todos sorriram pra mim, todos me aceitaram, todos me amaram e fui grande parte da vida de muitos, eu fui o pecado, fui aquele que ofereceu o fruto proibido e comeu dele. mas os salvadores, os cristos, foram chutados, cuspidos e culpados. Por mais que tu saiba de tua história não tem como não repeti-la, pois vivemos em um ciclo desde o princípio. Caso eu morra agora um anticristo morreu porque quis, e todos chorarão. Os mesmos que mataram cristo. a evolução social se dá apenas nas mudanças que o ser humano pode provocar no natural, ele vai destruir a criação do criador apenas por ser a criatura que pode, tudo vai se modernizar até que ninguém aguente mais, pois hoje em dia eles precisam criar idiotices como rede sociais para ocupar nossas mentes, nos enganar que gostamos disso, que temos uma vida virtual e outra natural, o palpável e não palpável e o outro não palpável, porque a vida já não tá sendo o suficiente para tapar o nosso vazio interior, a prova disso foi a crise de identidade do fim do século 19 e começo do 20. Muitos descobriram a mentira na qual vivemos e agora temos outra vida para nos preocuparmos, outra criação, agora pelas mãos humanas, as máquinas. Hoje temos o mundo das ideias, o mundo natural (material) e o mundo virtual, mais humano que o próprio humano, mais máquina que a própria máquina. O ser perfeito aos olhos humanos, que ainda não significam nada. Que aja luz, então houve luz, que haja ideia, então houveram ideias, que haja máquina, então elas houveram. E depois ainda vive nesse ciclo, essa criação de realidades, criação de mentiras, eles vendem, nós compramos, e é só o que minha geração tem feito, comprado coisas para simbolicamente representar algo que nós mesmo deveríamos ter criado, mas também não valeria de nada, pois estaríamos de qualquer forma só seguindo um ciclo, o ciclo de nossa existência, e nunca sairemos disso. Nunca quebraremos nada, em quanto estamos preocupados com o governo que reprime, o governo que mata, o governo que impõe, ainda para sermos aceitos precisamos passar anos e anos dentro de jaulas sendo obrigados a estudar, a aprender tudo menos a fazer a reflexão sobre o que todos nós somos. Eles ocupam nossas mentes com vontades que não são nossas, vendem o querer um emprego para ter meu dinheiro e ser feliz, criar uma família, ter uma relação estável, criar filhos. Filhos. Filhos. Cópias, que irei ensinar o que é bom, o que é ruim, farei ele seguir minhas regras porque eu acredito que estou certo. Eu sou o certo, eu sou. Eu. Eu?__? não façam a burrice (porque sei que vocês são burros)de me entender mal, quando digo sobre anticristos, criador, não estou tomando uma posição em relação a quem teve a má ideia de nos criar, só digo que fomos alertados. A bíblia é o livro mais lido do mundo e o que menos se entende. Escrito por humanos para humanos, burros, afinal, todos os humanos. Eu senti todos os sentimentos que minha existência pode aguentar, e digo, nenhum deles foi o suficiente para nada, não significou em profundidade nada pra mim, eu poderia larga-los sempre, e voltar quando quiser. Desde sempre eu odiava a matemática, negava ela, não gostava, não queria aprender, era muito mecânico. Mas depois de tempos vi, vi que eu só estava fugindo, pois é tudo friamente calculado, menos as ideias, aí entra arte, que mistura o friamente calculável com o que não se pode medir. E ainda não significa nada. Merda humana para todos os humanos apreciarem, comerem o que cagam, e tem merda (arte) para todos os gostos, todos os tipos de pessoas, para todas as merdas habitantes de um sanitário imenso que é esse mundo, uma fossa. E tantos tentam entender (a arte), mostrar que entendem, que falam sobre, que escrevem sobre¬, fazem e brigam, disputam, dizem o que não é, o que acham que é ... esse é o mundo mais nojento de todos, o qual eu escolhi viver, ele é mentiroso, porém eu prefiro estudar a mentira ao ignorá-la. Mas agora nem isso eu preciso. Até disso abro mão, abro mão por não aguentar, pensei que eu era capaz, porém eu fui a mais mentirosa de todos, criei a mentira, criei a minha própria piada, pois eu queria rir também, rir do nada que tudo é, que todos são, pois todos esses nadas que me rodeavam nunca significaram algo, ao contrário, só eu significava, porém significar algo para nada resulta em nada (ó a matemática), porque como a lógica mesmo nos ensina, 0 x 0 = 0. Não passa disso, nunca passará. Se eu amo um ou vários humanos, se eu fico excitada com beijos, picas ou bucetas, isso não me interessa mais, minha excitação passa, assim como minha existência, assim com o tempo, que o agora também não faz muita diferença. Não faz sentido aguentar a dor de saber disso, se depois dessa existência a única coisa que me espera é a não existência. Não fui feita para ir além, nenhum de nós fomos, somos só enfeites de natal em uma grande e bonita árvore feita de merda.
