Acredito que muitas pessoas sabem ou podem imaginar o lado ruim dessa sensação que sinto. Seria como aquele cara que vai para a guerra e quando volta vê tudo tranquilo ao seu redor, e ao degustar dessa paz consegue ver que seu lugar é matando e sentindo o gosto do sangue de outras pessoas em sua língua.
Quando você passa muito tempo pensando sobre toda a utilidade inútil de viver as coisas vão acontecendo do lado de fora de forma mais rápida, porém já como a vida de quem nem se quer dá o trabalho de questionar algo se inicia em um ponto que é visitado mais de bilhões de vezes durante todo o ciclo do viver dessa mesma pessoa, esse rápido se reduz a contagem de 1 a 10, sendo que ela poderia ir até o 100, levando em conta que o 100% de nossa mente equivaleria a 1000.
O tempo corre de mim, tento expulsá-lo de vez de minha vida, porém eu não vivo sozinha fisicamente. Passei boa parte dos últimos anos querendo a dor, buscando-a em qualquer buraco, qualquer grão, e eu sempre achei, porque é só decidi enfrentar as coisas enxergando-as, nem que para isso acontecer seus olhos tenham que jorrar lágrimas por horas, dias, meses e anos. Mas e no fim, o que eu ganhei? Para começar eu não acho que eu mereça alguma coisa de algo, pois eu não acredito que tudo isso faça um sentido lógico que qualquer humano possa descobrir sem auxílio superior, e volto a falar, não estou falando de papai do céu quando digo "auxílio superior", mas sim aberta para qualquer possibilidade que possa existir, que nunca teremos certeza, talvez, quem sabe, só em nosso pós-morte. Volto a minha pergunta de antes, "mas e no fim, o que ganhei?" Sei que não estou no fim de tudo, porém agora paro e penso de que toda essa tristeza me vale. Automaticamente minha mente joga minhas respostas, a tristeza, melancolia e principalmente a angústia sempre foram meus oásis dentro de um mundo cheio de podridão. Ser triste foi o que de melhor pude ser, até para poder pensar em quem eu sou dentro do meu próprio vazio. Ok, ok, "Mas e no fim, o que eu ganhei?" -
Agora, encontro-me naquele meu familiar momento qual não existe algo que possua valor para mim dentro do mundo das pessoas. Penso em conversar com eles sobre isso, porém após vários intervalos de tempo tentando e recebendo respostas que nunca me provocaram satisfação não me animo com o futuro/presente&passado vazio em suas respostas. O começo dos meus 21 anos já passou, mas a metade ainda não chegou e algumas pessoas que viviam ao meu redor antigamente mudaram. Uso o "antigamente" pois quando criei esse blog fui me afastando aos poucos deles e hoje em dia quase não há sobras disso, e os que existem é pura conversinha medíocre de facebook sobre futuro, presente e raras sobre o passado, que talvez ainda sejam mantidas por mim por um ato de adiar uma insanidade maior futura.
Com essas palavras, estou tentando traduzir do quão ruim é viver, e principalmente, viver em uma casa e em ambientes com pessoas que só buscam por humor e conselhos óbvios sobre análise da sociedade e do homem, quais eles não buscaram, só quiseram chegar no ponto 30 sem ao menos se esforçarem para passar do 10.
Enfim, é só tudo muito deprimente. Quem queria saber o que eu penso sobre as pessoas que ando, e se tem alguma pessoa que me considera amiga, deveria ler, mas provavelmente essa amizade só serve para por fotos "legais" em qualquer redesocialixo, ir para eventinhos bosta repetir as mesmas bostas de sempre, e pensar que tudo o que eu falo é de brincadeira e que na verdade eu realmente sinto algo por alguém, nem que seja uma pequena empatia, quando não.