domingo, 13 de abril de 2014

arrego

Não adianta, nada. Eu continuarei me sentindo a cada dia menor, e o mundo parece me sugar a cada dia/hora que passa. O desespero está sentando em minha frente, ele me encara, eu sei, porém eu não consigo olhar em seus olhos, não consigo te encarar. Todos meus conhecidos são balas disparadas em meu crânio e eu quero gritar e me desesperar pela dor, porém o único ato que possuo é o de morrer, em silêncio, a cada bala uma morte, várias milhares da morte.
Como eu consigo viver? Como eu ainda estou aqui nesse ninho de insignificância guardando todas essas mágoas e desgostos dentro de meu peito? Engolindo lágrimas e soltando insatisfações pelos dedos o tempo todo, todo tempo. 
Minha expressão facial já é morte, porque vida, já não consigo mais. Meu corpo parece está se negando a vida, como se já não bastasse toda dor de minh’alma, agora tudo dói, meus braços, minhas pernas, meu peito, minha cabeça, minha existência toda já pede pra ir embora, e meu deus, como meu estômago dói, como ele parece que vai arrebentar a cada segundo.
Qual a maldição pela qual passei? Qual alma de valor eu torturei no inferno pra estar nessa vida? 
Já não sinto mais o gosto da comida que entra, já não vejo mais prazer em meu próprio corpo, já não me importo com os odores do mundo, não consigo me importar com nenhuma existência fajuta de alma pobre ou inexistente. 
Não consigo mais nem chorar.
Sinto que tudo realmente acabou para mim, e não consigo perceber nenhum motivo para estar nisso tudo, para aguentar. 
04:04 da madrugada, e eu não sinto sono, fome, vontade alguma, apenas dores e mais dores, dores incontáveis e incuráveis, apenas vivo com o costume, de engolir e tentar me tranquilizar em meio ao caos. Não há saída, só há morte. A vida já se foi, há meses, quem sabe anos.