sábado, 9 de outubro de 2021

múmia

 

o tipo de artista que eu sou é uma porcaria. passei o mês passado e começo desse desconfiando da minha capacidade artística, sendo que mês passado eu desenhei 6 páginas de quadrinhos em uma semana, com uma qualidade que me agradou. mas eu esqueci completamente que fiz isso. é incrível como o momento de produção pra mim é tudo, e quando ele passa parece que tudo o que eu fiz não tem mais a ver comigo. o presente é tudo pra mim, se eu não sou artista agora eu nunca fui, se eu sou, nunca deixei de ser, mas parece que eu nunca posso ser as 2. uma artista que não tá produzindo agora, mas produz, nunca posso ser isso.
artista bom é aquele que faz, sem se perguntar e só faz, como um autômato da arte. a romântica ideia de que o artista não pode respirar, tomar um café ou fazer outras coisas.
todo dia quando eu paro pra pensar, eu ponho 3 armas imaginárias na minha cabeça. uma que esfrega o tempo passando na minha cara, outra que me fere com todos os deveres que eu "devia" tá fazendo, outra que me questiona toda hora "mas por que tu ainda continua com isso? vai desenhar, larga tudo" e essa última, zomba da minha tentativa de formação acadêmica, ri de mim todas as vezes que eu procuro por relevâncias nesse meio acadêmico.
por que eu deveria falar só dos momentos bons da realização? porque as pessoas não querem saber do artista e só da arte dele?!(retórica)
eu nunca fiz nenhuma arte pensando em um público, em ensinar algo. tudo o que eu faço vem de um nó na garganta, um sufoco que nunca passa. é onde eu mais me aproximo da minha verdade. eu nunca vou mentir a respeito das motivações da minha produção.

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